Que sejamos bons filhos para nossas rainhas!
Eu sinto saudades sempre!
Mas hoje, mais de 25 anos depois, a saudade se transformou em outra coisa que nem sei explicar o que é...
É mais uma vontade de sentar e conversar sobre como é ser mãe do que sobre como é continuar sendo filha... Mas uma conversa que só ela poderia entender, não por ser mãe, mas por ser a minha mãe... Porque toda filha, de vez em quando precisa sentar e conversar com sua mãe...
Acho que com o tempo, a vida vai mostrando a todas as filhas, que precisam ser mães...
Mães de seus filhos, sobrinhos, animais de estimação, esposos, pais, amigos... Delas mesmas...
Vai mostrando que os filhos não precisam vir delas para serem delas, mas precisam passar por elas, de alguma forma...
Vai mostrando que uma mulher se torna mãe e vai sofrer pela perda de seu filho, ou pela perda da possibilidade de tê-lo... Não importa se ele se foi quando já era um adulto e já tinha sua família; se tinha seus vinte e poucos e a vida toda pela frente; se tinha seus sete anos e tinha acabado de começar a ler; se tinha menos de uma ano de vida; se tinha se desenvolvido nas trompas fruto de um relacionamento não formalizado com um casamento, no qual enquanto a mãe sofria a perda do filho, o pai se mostrava disponível às menininhas para reafirmar sua virilidade aos quarenta e poucos...
Vai mostrando que uma mulher se torna mãe quando é a mãe da família, quando seus amigos lhe pedem conselhos, quando seus alunos lhe segredam a vida, quando acompanham seu pai idosinho à vacinação simplesmente pra que ele não sinta medo, quando cuidam dos seus mesmo quando eles já não podem mais nem comer sozinhos...
Vai mostrando que até um homem vira mãe, conforme lhe chegue a necessidade...
Mais de 25 anos depois de nossa última conversa nesse plano, a saudade não dói mais como antes... Antes rasgava meu coração... Mas agora, que eu sei por fonte seguríssima o quanto a mamãe está bem, a saudade se transformou em algo diferente que eu nem sei bem o que é...
Hoje eu tô menos pra filha e mais pra mãe, mesmo que eu não seja oficialmente uma mãe... Já tive a oportunidade, mas durou bem pouquinho...
Então hoje tô menos pra filha e mais pra compreensão do que Cecília queria dizer em sua Vigília das Mães
"Nossos filhos viajam pelos caminhos da vida,
pelas águas salgadas de muito longe,
pelas florestas que escondem os dias,
pelo céu, pelas cidades, por dentro do mundo escuro
de seus próprios silêncios.
Nossos filhos não mandam mensagens de onde se encontram.
Este vento que passa pode dar-lhes a morte.
A vaga pode levá-los para o reino do oceano.
Podem estar caindo em pedaços, como estrelas.
Podem estar sendo despedaçados em amor e lágrima.
Nossos filhos têm outro idioma, outros olhos, outra alma.
Não sabem ainda os caminhos de voltar, somente os de ir.
Eles vão para seus horizontes, sem memória ou saudade,
não querem prisão, atraso, adeuses:
deixam-se apenas gostar, apressados e inquietos.
Nossos filhos passaram por nós, mas não são nossos,
querem ir sozinhos, e não sabemos por onde andam.
Não sabemos quando morrem, quando riem,
são pássaros sem residência nem família
à superfície da vida.
Nós estamos aqui, nesta vigília inexplicável,
esperando o que não vem, o rosto que já não conhecemos.
Nossos filhos estão onde não vemos nem sabemos.
Nós somos as doloridas do mal que talvez não sofram,
mas suas alegrias não chegam nunca à solidão de que vivemos,
seu único presente, abundante e sem fim."
Eu sinto saudades sempre!
Mas hoje, mais de 25 anos depois, a saudade se transformou em outra coisa que nem sei explicar o que é...
É mais uma vontade de sentar e conversar sobre como é ser mãe do que sobre como é continuar sendo filha... Mas uma conversa que só ela poderia entender, não por ser mãe, mas por ser a minha mãe... Porque toda filha, de vez em quando precisa sentar e conversar com sua mãe...
Acho que com o tempo, a vida vai mostrando a todas as filhas, que precisam ser mães...
Mães de seus filhos, sobrinhos, animais de estimação, esposos, pais, amigos... Delas mesmas...
Vai mostrando que os filhos não precisam vir delas para serem delas, mas precisam passar por elas, de alguma forma...
Vai mostrando que uma mulher se torna mãe e vai sofrer pela perda de seu filho, ou pela perda da possibilidade de tê-lo... Não importa se ele se foi quando já era um adulto e já tinha sua família; se tinha seus vinte e poucos e a vida toda pela frente; se tinha seus sete anos e tinha acabado de começar a ler; se tinha menos de uma ano de vida; se tinha se desenvolvido nas trompas fruto de um relacionamento não formalizado com um casamento, no qual enquanto a mãe sofria a perda do filho, o pai se mostrava disponível às menininhas para reafirmar sua virilidade aos quarenta e poucos...
Vai mostrando que uma mulher se torna mãe quando é a mãe da família, quando seus amigos lhe pedem conselhos, quando seus alunos lhe segredam a vida, quando acompanham seu pai idosinho à vacinação simplesmente pra que ele não sinta medo, quando cuidam dos seus mesmo quando eles já não podem mais nem comer sozinhos...
Vai mostrando que até um homem vira mãe, conforme lhe chegue a necessidade...
Mais de 25 anos depois de nossa última conversa nesse plano, a saudade não dói mais como antes... Antes rasgava meu coração... Mas agora, que eu sei por fonte seguríssima o quanto a mamãe está bem, a saudade se transformou em algo diferente que eu nem sei bem o que é...
Hoje eu tô menos pra filha e mais pra mãe, mesmo que eu não seja oficialmente uma mãe... Já tive a oportunidade, mas durou bem pouquinho...
Então hoje tô menos pra filha e mais pra compreensão do que Cecília queria dizer em sua Vigília das Mães
"Nossos filhos viajam pelos caminhos da vida,
pelas águas salgadas de muito longe,
pelas florestas que escondem os dias,
pelo céu, pelas cidades, por dentro do mundo escuro
de seus próprios silêncios.
Nossos filhos não mandam mensagens de onde se encontram.
Este vento que passa pode dar-lhes a morte.
A vaga pode levá-los para o reino do oceano.
Podem estar caindo em pedaços, como estrelas.
Podem estar sendo despedaçados em amor e lágrima.
Nossos filhos têm outro idioma, outros olhos, outra alma.
Não sabem ainda os caminhos de voltar, somente os de ir.
Eles vão para seus horizontes, sem memória ou saudade,
não querem prisão, atraso, adeuses:
deixam-se apenas gostar, apressados e inquietos.
Nossos filhos passaram por nós, mas não são nossos,
querem ir sozinhos, e não sabemos por onde andam.
Não sabemos quando morrem, quando riem,
são pássaros sem residência nem família
à superfície da vida.
Nós estamos aqui, nesta vigília inexplicável,
esperando o que não vem, o rosto que já não conhecemos.
Nossos filhos estão onde não vemos nem sabemos.
Nós somos as doloridas do mal que talvez não sofram,
mas suas alegrias não chegam nunca à solidão de que vivemos,
seu único presente, abundante e sem fim."
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