Certa vez, numa dessas conversas informais que temos pra passar o tempo nas conexões de traslado em viagens, nessas conversas em que não há grande compromisso com o que se fala e se ouve porque as pessoas provavelmente nunca se encontrarão de novo, um barbeiro me segredou seu desejo, quase que diário, de passar a navalha na jugular de seus clientes. O que ele disse, algo mais ou menos como, pra alguns ver o sangue é um pavor, pra mim é um gosto, naquele instante me fez vê-lo como uma pessoa bem estranha... Provavelmente ele seguiria sendo barbeiro, sem matar ninguém, ou não... E de fato, causa estranhamento tudo aquilo com o que não simpatizamos, ao menos em nível consciente, mas que de alguma forma, é latente em todos os humanos. Isso me fez pensar mais uma vez sobre a empatia, porque há experiências, dado o contexto em que vive cada pessoa, que são inimagináveis, ao menos, em nível consciente. O desejo de matar é recorrente pra muitas pessoas, as comuns e as psicopatas. A ideia de ap
Às vezes, a gente fica horas e horas debruçado sobre o papel, batendo a ponta do lápis na mesa sem saber ao certo o que escrever... Há muitas histórias sobre o que escrever, nossas e dos outros. Do que sentimos e do que sentem os outros...