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Dos amores meteóricos que duram vidas inteiras ... fevereiro 23, 2020



Não é incomum a gente confundir amor com paixão... Isso é algo bem normal pra um ser humano, porque definitivamente, seres humanos demoram muito para aprender a amar. O amor é uma vivência que nos coloca no íntimo do outro, mas a paixão, o que não nos deixam esquecer os neurocientistas, é um estado de demência do cérebro que não dura muito mais que poucos meses. O amor está além dessa vida e é por isso que se torna eterno.
Tempo e espaço se confundem na teoria irracional dos relacionamentos humanos, podemos tentar deixar isso mais racional, mas é impossível, a não ser que sejam relacionamentos carregados de amor. Amor torna-se razão, porque só ele nos permite racionalizar o sentir e só então, sermos capazes da empatia.
Hoje podemos não gostar e amanhã, amar, redescobrir o amor. Será que somos bipolares por agir assim? Provavelmente não! É a maturidade que chega, antes para alguns e depois para outros, é aquela intuição que tínhamos lá atrás, no início quando os grandes amores se reencontram, mas ainda não compreendem (ou ao menos um deles não compreende), que seu único fim é viver a vida (as diversas vidas) juntos.
As histórias que envolvem pessoas são sempre histórias de amor. Muitas vezes não as vemos lindas porque não enxergamos da maneira certa. Mas é sempre uma história de amor... Pode ser entre amigos, pais e filhos, irmão e irmã, namorados, marido e mulher, tios e sobrinhos, avós e netos, é sempre amor. O amor proporciona que as almas sigam sempre juntas, independente da maneira que as fará se reaproximarem. Não existem almas gêmeas, mas as almas têm por finalidade, serem complemento uma da outra numa eterna irmandade.
Essa história de amor que vamos contar, é a história de amor de um casal, e começou há mais de vinte anos, mais precisamente em 1997. Uma história de beijos roubados, de borboletas no estômago e dores de cabeça, de noites mal dormidas, de choros escondidos, de alegrias e tristezas, de persistência, de certezas e incertezas, de carinhos e surpresas, de estar longe sempre estando perto, de tentar seguir separado, sem conseguir compreender que precisava seguir junto, bem de perto, no aconchego, na confiança, no amor... Regada a uma imensa trilha sonora que é uma cronologia musical de vinte anos, agora sempre cantada a dois. Regada a poemas de amor, pequenas coisinhas que alegram nossos dias. Vontade de ser um do outro, de abraçar as famílias, tar perto todo dia, que só se avoluma com a distância física...
Uma história de desencontros e de um feliz reencontro, que permitiu que tudo pudesse tornar-se possível, até mesmo as coisas que a gente nunca imaginou.
Um reencontro tão natural que fez parecer que não fazia quinze anos que não se viam, que fez parecer como se fosse ontem a última vez em que se encontraram e ele disse um “oi”, daquele cheio de sorriso que preenche o ambiente (estilo emoji ^_^, sorriso de orelha a orelha), e recebeu um “oi” bem casual, daqueles que se dá quando se perdeu a intimidade (estilo emoji :/, sorriso “amarelo”).
Reencontro com beijoca, abraço apertado, presentinho, de carinho, de contar como foi o dia, de tentar contar em minutos como foram os quinze últimos anos, de partilhar os sabores e dissabores da vida, de ficar sem assunto, de querer que a noite não termine mais, de olhar de encantamento, de beijo demorado... De carícias... De olho no olho, daquele olhar que desnuda e desvenda a gente, porque, na verdade, a gente sempre esteve esperando aquele momento ali, mesmo sem saber, quase sem querer... De toque... De pele... De amor... De velar o sono do outro... De dormir debruçado no peito, sentindo o coração bater no mesmo compasso, literalmente como se fossemos um...
O amor tá bem perto, todo tipo de amor, o que falta é conseguir enxergá-lo, é poder senti-lo... Saber senti-lo, saber reencontrá-lo, saber mantê-lo, o amor, é das maiores dádivas que se pode ter.


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