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Nosso novo ano pandêmico Dezembro 29, 2020

  O que fizemos nesse ano de pandemia? O que planejamos fazer no próximo ano que também será de pandemia? Será que a próxima pandemia será de amor? Ou será que vamos apenas voltar ao normal quando a vacina chegar e um dia vamos lembrar historicamente de pinceladas sobre Covid como temos hoje, pinceladas sobre a Gripe Espanhola? Quase 365 dias passaram num verdadeiro piscar de olhos, entramos num novo ano como se o anterior não tivesse acabado... E apesar de ter passado tão rapidamente foi um ano recheado de acontecimentos históricos e pessoais que ficarão para sempre registrados. Não que não tenhamos registrado o que aconteceu nos outros anos, mas parece, pelo que as pessoas comentam, que nesse ano, nossa memória foi ativada, despertada, de um modo como talvez não aconteça novamente, como se recebêssemos um estalo cerebral (como a Lucy quando o pacote de drogas estourou em seu corpo) que ativou nossa capacidade de usar nosso cérebro amplamente e de usar o nosso coração. Esse “boom” nos
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A beleza de ser professor! 15 de outubro, 2020

  Nas definições formais do que é belo, podemos encontrar “que tem forma e proporções harmônicas” e “que produz uma viva impressão de deleite e admiração”. Fico com a segunda definição, porque a primeira tem mais que ver com o que se pode enxergar e a segunda, com o que se pode sentir... A beleza se sente, porque realmente aquela que se vê com aquela possibilidade da simetria, não é real. Ser professor é assim, algo que se sente, pra quem é professor e pra quem é aluno. Na escola da vida todos temos nosso momento de ensinar e de aprender. Quando se transporta o ensinar e o aprender pras aulas da escola formal, isso continua sendo assim: ora se ensina, ora se aprende. Não importa quanto tempo passe, se você já foi um professor, se você já foi um aluno, é sempre essa sensação que vai ficar guardada em seu coração. E a gente aprende e ensina, muitas vezes na vida. Mas, para além das divagações, hoje é dia especial, é dia importante, é dia de homenagem, praquelas pessoas mágicas que no

Vem chegando a primavera 11 de setembro, 2020

E vem chegando a primavera... Tudo recomeçando a florir devagarinho, depois de alguns meses de espera... Tudo exatamente onde deveria estar... Os pingos grandes de chuva, esparsos, que chegam fazendo escândalo ao bater nas folhas largas das plantas, em meio aquele dia ensolarado... Uma nuvem que passa, pra nos lembrar que vem chegando a primavera e que tudo vai florir novamente... Não é à toa que a primavera é a estação mais amada por todos: nem tão quente, nem tão frio, mas um climinha gostoso de encanto que nos aproxima do verão, onde tudo se aquece mais... Não é à toa que ela vem do Latim para ser o nosso primeiro verão... Quando aumenta a umidade do ar e podemos sentir melhor os aromas e deixar vir à tona as melhores lembranças... Quando as jararacas saem da hibernação... Quando as lindezas com asas voltam a polinizar as flores... Quando podemos aproveitar os dias e a noites sem pressa, porque eles têm a mesma duração... As tulipas, as azaleias, os narcisos, as flores das cerejeira

Simplesmente desviver pareceu mais legal 24 de agosto, 2020

  As pessoas sabem pouco sobre a morte, mas, se pudessem discorrer sobre isso, teceriam muitas opiniões, inclusive sobre como se deve comportar diante dela... Abriu seus olhos lentamente... As pálpebras estavam pesadas, havia uma massa liguenta de muco que impedia seus olhos de enxergarem desanuviadamente... Naquele instante lhe ocorreu que estivesse morto porque tinha muita gente chorando e não conseguia ter certeza se era assim para todos, mas em geral, pelo que sabia da vida, as pessoas sempre resolviam chorar por quem morreu. Era diante da morte que lhes vinha o desejo de pedir perdão por tantas coisas: pela falta de gentileza, pala falta de paciência, pelo desamor, por um alívio inconsciente, por pensar nos projetos com a herança que iriam receber, por se verem sozinhas pra terminar de criar os filhos, por revolta por terem sido abandonadas, por não saberem o que fazer sem aquele ser cuja vida terrena se esvaía. Os que estavam no leito de morte, em geral também pediam perdão, mas

Só tem mulher quem pode 16 de agosto, 2020

  Esse texto começou a ser gestado ainda na época das últimas Olimpíadas e como vários outros ficou na caixinhas dos guardados, dos vários protótipos de textos que coloco na pasta “textos em andamento” porque sempre acredito que tem algo ainda mais para acrescentar-lhes... Algo a mais ainda por se dizer... Então assistindo às Olimpíadas, à ocasião, eu comecei a observar aquela mulherada porreta se destacando muito, mulheres fortes, muitas delas mães e esposas dedicadas, todas elas filhas, amigas, mas sempre, fortes e certas de seus objetivos. Percebi que a maioria dos homens que comentavam no esporte eram incapazes de perceber as mulheres que personificavam aquelas maravilhosas mulheres atletas. E também que, a maioria dos homens com os quais eu convivia naquele período (que eu chamo de “meus homens”), excetuando-se os meus amigos gays obviamente, era incapaz de perceber as mulheres que estavam ao seu redor, aquelas com as quais tinham mais trocas. Em geral, deixavam transparecer cla

Ao papai 8 de agosto, 2020

  O tempo é de fato o remédio mais curador, que ingerimos conforme nossa bula interna prescreve. Não é possível aprender com o tempo dos outros... Somos impacientes com nosso tempo e com o tempo necessário aos outros. Mas quando finalmente, nossas doses de tempo fazem efeito, é como se o caminho todo percorrido se iluminasse. Infelizmente, somos pouco sensíveis ao amor, mas a dor, depois de passado o tempo, grande ou pequeno, nos traz valiosas lições. Deveria ser diferente, mas para poucas pessoas é. Nessa relação de família, nessa relação com os pais, com o meu pai especialmente, porque é a ele quem desejo homenagear, criamos diversas teorias sobre como ela deveria ter sido e muitas vezes, levamos muito tempo para perceber que ela é o que acontece todo dia. Nos afastamos justamente daquilo ao que precisamos estar próximos para podermos compreender a razão de estarmos exatamente onde estamos. Vamos e voltamos. Muitas vezes esquecemos que justamente o que nos leva para longe é aquilo qu

A última primeira vez 28 de junho, 2020

Há uma perfeição pra fazer as coisas acontecerem da melhor forma, desde o encaixe entre os tijolos na construção de uma parede até o destinos pessoais que se cruzam. Há entre a construção de uma parede e os destinos pessoais, uma imensidão de possibilidades: de pequenas e grandes coisas! O que as torna pequenas ou grandes, nós determinamos, comparando ou não com as pequenas e grandes coisas que o são para os outros. Nessa imensidão de possibilidades existem coisas irrelevantes ou relevantes demais e aí também depende da comparação que fazemos entre o que é importante ou não para nós e para os outros. Estando o pasto do vizinho mais verde que o nosso ou não, nosso caminho é trilhado única e exclusivamente por nós mesmos e assim, se abandonamos a comparação, o que é grande e o que é pequeno, para nós e para os outros, torna-se irrelevante ou relevante demais. Nessa imensidão de possibilidades passamos a perceber que a vida acontece a cada instante, não importa se o dia voou ou demorou a